domingo, 8 de maio de 2011

O tempo

Hoje, dia das mães, encontro de família, várias histórias antigas foram relembradas e, junto com elas, o questionamento dos benefícios do tempo. Uns chamaram de maturidade, outros chamaram de velhice e as pessoas se dividiram contra e a favor dos seus benefícios. Quando parei pra refletir, foi impossível ter outra opnião que não fosse essa descrita abaixo, seja para maturidade ou para a velhice.

Como eu posso ser contra o tempo e questionar sua utilidade, ou ter raiva, se foi exatamente ele que me deu tudo o que sou hoje? A vida me deu alegria, o tempo me deu a degustação. A vida me deu sofrimento, o tempo me deu a maturidade. A vida me deu histórias e o tempo me deu a sabedoria.

Não queria estar em outra idade que não fosse a minha. Muitas mulheres entram em crise quando chegam perto dos 30 e não se veem casadas ou pelo menos encaminhadas, mas eu (de verdade), solteira, sem filhos, estou muito mais feliz com a idéia do que a que tive quando estava para fazer 18 anos. Muito mais confortável. Muito mais confiante.

Já não perco mais peso com tanta facilidade. Já não sobrevivo intácta a um fim de semana de farra. Já não frevo mais os 4 dias de carnaval. Já não sou mais tão imune às minhas escolhas. Mas sinto que as limitações do meu corpo são inversamente proporcionais as limitações da minha mente, dos meus prazeres.

Viver é o maior exemplo pra lei da ação e reação. Não seria justo viver uma vida inteira sem uma consequência. As rugas servem para nos mostrar o quanto de vida nós já tivemos, elas estão ali pra mostrar que o tempo está passando. E me sinto tranquila e confortável porque quando olho pra elas, por mínimas que sejam, sinto que por trás de cada tracinho, tenho milhares de histórias muito bem vividas. De dores, lágrimas, angústias, alegrias, amores... de mim.

Gosto tanto do tempo que quero muito dele pra mim. Mais tempo, mais vida, mais histórias. Se vierem mais rugas, serão detalhes.

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